Livro desvenda diferencial do cérebro dos japoneses

O livro ” O cérebro japonês — A importância da língua japonesa” (Telucazu Edições) resulta do profundo conhecimento do autor sobre a cultura, idioma, costumes, filosofia e história do País do Sol Nascente, que visita com frequência, para proferir palestras e participar de congressos. Raul Marino Jr., doutor pela Universidade de São Paulo (USP) e introdutor no Brasil da Neurocirurgia Funcional, explica que é no lado direito do cérebro que são mais reconhecidos o desenho, a música, os poemas e a religião, assim como os caracteres do Kanji, que são uma especial forma artística.

O alfabeto convencional do Ocidente e os outros dois sistemas de escrita do Japão (Hiragana e Katakana) são mais reconhecidos pelo lado esquerdo. Por isso, se um japonês perder as funções de uma das duas partes do cérebro, devido a um derrame, meningite ou qualquer outra causa, continuará comunicando-se por meio da parte preservada. Este é um diferencial significativo em relação aos ocidentais, que utilizam menos o lado direito.

“O livro, lançado pela primeira vez em 1989, pelo editor independente Massao Ohno, teve sua única edição rapidamente esgotada. Agora, seu relançamento, com apoio da Academia Paulista de Letras, da qual Raul Marino Júnior é membro, e da Academia Nipo-Brasileira de Escritores, traz de volta um fascinante tema ligado à neurologia, linguística e à cultura japonesa”, salienta o organizador da nova edição, Hidemitsu Miyamura. Além disso, conforme consta nos destaques de suas capas, a obra comemora os 110 anos da imigração japonesa, que transcorrem em 2018, celebrando a amizade entre dois povos.

A presente edição contém um exclusivo encarte com entrevista do autor, na qual ele explica, dentre outros aspectos, a origem de seu interesse relativo ao cérebro dos japoneses: “Fui umas doze vezes ao Japão, para participar de congressos e dar palestras de neurocirurgia. Nessas viagens, eu passei a me interessar pela cultura e civilização do Japão, principalmente, pelas artes em geral e, através das artes marciais em particular, fiquei empolgado com a ‘cabeça do japonês’ e passei a interessar-me pelas suas características.”

Raul Marino Júnior ressalta, ainda, ter conhecido estudo de um professor da Universidade de Tóquio sobre as peculiaridades do cérebro dos japoneses. Dedicou-se, então, a pesquisar o caso do cérebro dos brasileiros e entender as diferenças.

O livro, assim como o encarte com a entrevista, é bilíngue. A metade da edição, da direita para a esquerda, é em português e a outra parte, em japonês.
Entre artistas e guerreiros

O lançamento da obra, em 12 de abril, às 18 horas, no Teatro da Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche, 312, no Centro de São Paulo, terá uma apresentação cultural, incluindo tradicionais danças japonesas de espadas e leques. A armadura de um samurai, resgatando a memória dos milenares guerreiros defensores do Japão, caracterizará o ambiente do evento.

Algo inusitado será a inscrição em Kanji do nome dos compradores dos livros, antes dos autógrafos de Raul Marino Júnior. Este trabalho artístico ficará a cargo da professora Kazuyo Morishita, especialista no tema.

O autor

Raul Marino Jr. é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), na qual também é doutorado em Neurocirurgia, professor livre-docente do Departamento de Neuropsiquiatria e de Bioética e pesquisador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. Na mesma instituição, foi professor titular de Neurocirurgia.

O médico também foi um dos responsáveis mundiais pela criação da Neurocirurgia Funcional e seu introdutor no Brasil. Nos Estados Unidos, fez especializações na Harvard Medical School e estudou Neuroanatomia nos laboratórios do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Em Montreal, no Canadá, estudou na McGill University.

Raul Marino Jr. recebeu os seguintes prêmios: Henrique Sam Mindlin, da Academia Brasileira de Neurologia; Especial Bromocriptina, do Laboratório Sandoz; Sanophipharma Award e Egas Moniz do Departamento Médico da Casa de Portugal. É titular da Academia de Medicina de São Paulo e da Academia Paulista de Letras.

Dentre outros cargos que exerceu, o autor é fundador do Instituto Neurológico de São Paulo (Inesp) do Hospital Beneficência Portuguesa; diretor e fundador da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Hospital das Clínicas da USP; e pesquisador da relação Neurologia e Teologia. Publicou cerca de 200 artigos em periódicos, mais de 40 capítulos em livros e aproximadamente 100 resumos em anais de congressos, eventos dos quais participa com frequência em todo o mundo.

Além de “O cérebro japonês”, escreveu vários livros, entre os quais: “Fisiologia das Emoções”; “Functional Neurosurgery” (juntamente com Theodor Rasmussen, Nova Iorque, 1979); “Epilepsias”; “Implantação de um Ambulatório de Epilepsia” (coautoria com L. M. Assis, 1986); “Osler, o Moderno Hipócrates”; “Diagnóstico e Conduta no Paciente com Traumatismo Craniencefálico Moderado e Grave por Ferimento por Projétil de Arma de Fogo” (em coautoria com A. F. Andrade; R. S. Brock; J. C. Rodrigues Jr. e M. Masini, 2004); “A Religião do Cérebro”; e “Em Busca de uma Bioética Global”.

Raul Marino Júnior também estudou Filosofia enquanto era aluno de Medicina, fez curso de especialização em bioética no Centro Universitário São Camilo e se formou na Pontifícia Faculdade Assunção de Teologia.

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/dino/livro-desvenda-diferencial-do-cerebro-dos-japoneses,c119af5a8fc6c6af7e69e51752d48e1fzmmkjl2k.html

Gostou? Compartilhe

Facebook
WhatsApp
Twitter
Pinterest
LinkedIn
Telegram

Você também pode gostar